segunda-feira, 27 de abril de 2009

Primeiro e Segundo dia de viagem

PRIMEIRO DIA

Relato do dia 27/04 aproximadamente as 12h. "As fotos estão fora de ordem.

Primeiro dia fui de Guaratingueta - SP até Cruzeiro - SP... passei por Lorena - SP. Em Cruzeiro fiquei hospedado em um hotel e a bike ficou comigo dentro do quarto. Tive que conter a adrenalina quando sai de casa e o dia inteiro foi de adaptação.
No dia seguinte peguei a rodovia que liga Cruzeiro ate MG passando por Passa Quatro e Itanhandu. Com detalhe especial na subida da Serra da Mantiqueira. Comprei um retrovisor em Passa Quatro.
Agora é 12:50, ja almocei aqui em Itanhandu então vou me embora para adiantar mais a viagem.
Edmilson Cupertino"

Escrever o que me acontecia naquele momento era o mais importante. Agora com a viagem terminada, posso organizar e detalhar melhor os fatos.

Era domingo dia 26/04 ás 5:00h da manhã dou um abraço na minha mãe e acordo meu mano para apertar-lhe a mão. Não sabia exatamente quantos dias levaria para revê-los. Uma noite mal dormida e ansiedade a flor da pele, começo a pedalar antes do nascer do Sol. Passam mil coisas na cabeça. "Estou finalmente viajando. Sera que é isso mesmo? Não esqueci nada? Previsão do tempo, as lembranças de todo o planejamento da viagem, os treinamentos com os amigos ciclistas, as dificuldades em administrar o tempo e as finanças, as palestras que assisti sobre cicloturismo, os fóruns da web me auxiliando no planejamento, as vozes dos amigos com palavras de apoio e muitos (boa sorte)."
A primeira curva realizada com a bike carregada com os alforjes e a bolsa de guidão: "Que bom, consigo dirigibilidade mesmo com uns 13kg a mais de peso".
O barulho dos pneus cravudos 2.1 no asfalto. Troquei os pneus exclusivamente para a viagem.
Pontos de ónibus cheio de gente saindo das baladas. Sensação de estarem olhando para mim com uma bicicleta cheia de coisas.

Após 22km. Parada em um posto de gasolina para ir ao banheiro. Primeira indagação:

- Se ta carregado heim? Vai para a Bahia?

- Não, vou para Minas Gerais.

- Pedalando?

- Vou ate a rodoviária pegar um onibus e começar a viagem de bicicleta a partir de Guaratingueta, cidade que fica perto de Aparecida do Norte.

- Há ta.

Por ser um domingo, posso utilizar o metro para chegar até o Terminal Rodoviário do Tietê. "Será que consigo descer as escadas com a bike?" Consigui sem problemas. Uma senhora funcionaria abre um acesso ao lado da catraca. Desço mais escadas e la estou na plataforma. Dentro do trem olhares. Uma voz anuncia: "Próxima estação Tietê. Acesso ao terminal rodoviário" Empurro a bike e um guarda abre a portinhola para passar.

- Você esta indo longe heim?

Apenas sorri e continuo. Muita gente com bagagem, viajando e chegando de viagem. Vou no guichê da empresa Passaro Marrom e compro minha passagem. Embarco as 7:30 sem problema e já um pouco aliviado disparo uma foto. Imaginava que a empresa poderia não querer levar a bicicleta.


Transito fora de São Paulo, congestionamento na entrada do Santuario da Aparecida do Norte. Desembarco com a curiosidade do motorista em saber o meu destino. Mais um me desejando boa sorte. Ainda na rodoviária de Guaratingueta, uma saudação. Um grupo de ciclistas acenam. "Bem que eles poderiam me auxiliar para sair da rodoviária e seguir para o meu destino" Não foi necessário. Encontrei a igreja matriz e segui a planilha que o cicloturista Antonio Olinto fez da Estrada Real. Nem 500m e ja estou desorientado. O odômetro (velocímetro) esta descalibrado com relação a planilha. Pede-se para seguir 0,5km e virar a direita. Já estava marcando 0,8km e nada de chegar a direita. Perguntei o caminho e logo consegui encontrar a rota correta.

A boca amarga. Não tomei café da manhã adequadamente e não sinto nem um pouco de fome.
Sigo sentido Lorena - SP. Muita gente de bicicleta no caminho. Estrada plana. Um garoto de uns 17 anos emparelha do meu lado e após eu trocar poucas palavras ele alerta:

- Moço, toma cuidado que esses dias roubaram uma bicicleta de um rapaz aqui perto.

- Obrigado.

Tudo o que eu precisava naquele momento era não me preocupar com esse tipo de problema. As preocupações eram outras: "Estou no caminho certo? Se furar um pneu aqui pode ser ruim".

Finalmente chego em Lorena. Calçamento das ruas feitos de paralelepipedos. Sigo o caminho sentido Cruzeiro - SP após perguntar a um comerciante que prontamente me orientou nos caminhos a seguir.
Este dia é marcado pelo jeito diferente que percebi nas falas das pessoas. Ainda não é MG mas parece sotaque mineiro.

Mais tranquilo, consegui bater as primeiras fotos:


Antes de chegar em Cruzeiro, a estrada é muito esburacada. Parece lugar abandonado. Nem um carro. Algumas plantações ou pastos. O relevo se faz presente e a primeira placa indicando subida acentuada aparece. Não é necessariamente uma serra. Mas tive que usar a marcha que apelidamos no grupo de pedal como sendo a "tiazinha". Trata-se da coroa pequena.

Meu equipamento nos alforjes e bolsa de guidão:

4 Camisetas;
1Camiseta manga longa;
4 pares de meias;
1 blusa;
1 bermudas;
1 blusa branca;
1 boné;
4 cuecas;
1 toalha;
1 sunga;
1 par de chinelos;
1 Calça de tactel com forro;
1 Capa de chuva;

Higiene e saúde
1 escova de dentes;
1 pasta de dentes;
1 sabonete na saboneteira;
1 rolos de papel higienico;
1 protetor solar;
1 repelente;
1 antitranspirante;

Primeiros Socorros:

2 faixas de crepe;
1 esparadrapo;
1 gaze;
1 algodão;
10 Band-aid;
1 termômetro;
1 analgésico;
1 anti-histaminico;
1 pomada contra assaduras;

1 maquina fotográfica;
2 pilhas AA;
2 pilhas AA recarregáveis;
1 jogo capa para alforjes e bolsa de guidão;
1 barraca;
1 Celular;
1 carregador do celular;
1 fone de ouvido do celular;
1 Aranha;
2 elásticos;
1 saco de dormir;
1 isolante térmico;

Carteira:
1 Cartão;
1 RG;
1 Cartão Convênio;
Dinheiro em nota;

Outros:
1 Planilha Estrada Real;


Ferramentas:
1 Kit venzo de chaves;
2 pares de freios v-brack
1 Chave de corrente;
3 Remendos de corrente;
1 Chave de raio;
4 raios;
1 Camara;
1 Kit reparador de camara;
1 Bomba de ar;
1 Escova para limpar a corrente;
1 Bisnaga com óleo;


Comida:

1 Pct de Bolacha Doce;
1 Pct de Bolacha Salgada;
1 Pct de Suco em pó.

Parece muita coisa mas não é. Não pesei, mas aproximadamente uns 13kg pelo menos. Isso tudo preso a bicicleta não atrapalha. Se estivesse levando nas costas não havia conseguindo chegar nem na metade da viagem. A carga prende a bicicleta no asfalto. Menos trepidação. A velocidade aumenta nas descidas decorrente o peso, e nas subidas bastava pedalar um pouco para vencer a inércia e o peso desaparecer.

Na estrada quase deserta, aproximadamente as 13h. Vejo uma pessoa pedalando. Bicicleta sem marcha no estilo barra-forte com uma caixa atrás. Um rapaz de aparente idade 20 e poucos anos. Pedala de chinelo e calça social. A conversa inicia-se com um pedido dele:

- Você tem um pouco de água?

- Tenho sim, pode tomar toda essa que ainda tenho outra cheia.

Ele agradece e continuamos pedalando. Ele me orienta ir direto para a cidade de Passa Quatro - MG. Ainda era relativamente cedo e eu chegaria segundo ele umas 16h nesta cidade.

Analisei muito a possibilidade, passei pelo trevo que eu teria que seguir mais cedo ou mais tarde e continuei para o meu destino daquele dia que era chegar em Cruzeiro. Lá eu encontrei um hotel a R$25,00 e fui almoçar.

A bike ficou comigo no quarto:

Ás 15:00 ja estava alimentado e fui conhecer a cidade. Retornei para o hotel para descansar. Me senti muito sozinho. Esta adaptação me fez perceber o quanto as pessoas são importantes na minha vida. Total em km: 87km (contando os 32km da minha casa até a estação de metrô).

SEGUNDO DIA

Bem cedo eu saio de café da manhã tomado. A temida Serra da Mantiqueira é o quintal de Cruzeiro. Semelhante quando estamos no litoral e olhamos para o lado avistando a Serra do Mar.

Asfalto bom e pouco fluxo de veículos:


A subida da Mantiqueira não é tão ruim. Tem acostamento e não passa muitas carretas. O treinamento que realizei saindo da minha casa, chegando na praia e voltando no mesmo dia pedalando acima pela Serra do Mar foi um treinamento excelente. Vale salientar que o planejamento dessa viagem foi decisivo para não entrar em enrascada. Segui conforme havia planejado de pernoitar no primeiro dia em Cruzeiro. Se tivesse seguido o conselho do rapaz do dia anterior eu teria ficado no meio do caminho devido o desgaste fisico.

Foto do topo:
Neste local, existe um restaurante sendo o ponto exato da divisa dos estados. A partir deste momento, me tornei um ciclista interestadual:


Ainda não era meio dia e eu já estava em Minas Gerais. Que trem bão uai! Atravessando a placa da divisa, já inicia-se a descida. O que mais me chamou a atenção é a ausência do acostamento nessa rodovia. Para ter conhecimento que a partir daquele ponto eu não teria mais o espaço do acostamento para pedalar e teria que disputar espaço com os veículos em sua maioria carretas fui a um posto de fiscalização da Policia Rodoviária onde perguntei sobre a condição da rodovia. O funcionário acho que da receita federal, me alerta:

- Agora é só assim. Vai com cuidado na sua mão correta. – Uma olhada na bike e continua – Você não tem nem um espelho?

- Não consegui comprar antes da viagem.

- É a rodovia agora é só desse jeito. Toma cuidado.

Agradeci e comecei a descida. Fiquei me martirizando por não ter instalado o espelho retrovisor, utensílio obrigatório por lei e que as pessoas em fóruns da internet me alertaram colocar dizendo que seria meu melhor companheiro. Sem duvida! Girar o pescoço para trás a todo instante para ver se vinha algum veículo era completamente desconfortante e perigoso.

Com poucos minutos chego no trevo da primeira pequena cidade mineira Passa Quatro. Não consegui aproveitar nada desta cidade. Meu objetivo era procurar uma bicicletaria e comprar um espelho retrovisor. O pessoal da bicicletaria não ficou surpreendido com a idéia de viajar de bicicleta. Sempre aparece um ou outro cicloturista naquela cidade. Semelhante o que me relatou o senhor que possui um restaurante na divisa de estados. Ele disse que sempre passa pessoas de bicicleta ou a pé viajando e realizando peregrinação para o Santuário de Aparecida do Norte. Este santuário eu visualizei a primeira vez nesta viagem. O ônibus antes de me deixar em Guaratinguetá passou por este local. Para a característica da cidade, achei a obra do santuário uma descaracterização arquitetônica. Imagino que seja semelhante o castelo que um político construiu no estado de Minas Gerais. Não condiz com o estilo arquitetônico habitacional daquela região. Mas vou evitar polêmica.

Espelho instalado a R$9,00 perguntei o pessoal da loja sobre as rotas de bike para percorrer a Estrada Real, mas ninguém conhecia, apenas sabem o caminho pela rodovia. Aí é fácil. As placas indicam qual a próxima cidade e quantos km fica. Na planilha que eu carregava, indicava que eu deveria acessar a partir da divisa, uma estrada de terra. Fiquei com medo de fazê-lo pelo seguinte motivo. Estava sozinho e a chance de me perder é grande. Existem muitas bifurcações nessas estradas de terra e muitas vezes ninguém para perguntar. Meu planejamento financeiro estava contando com um saque de dinheiro na metade da viagem. Se acontecesse algum problema bancário a minha família teria que me enviar verba necessária para terminar a viagem. Com tudo, a opção pela rodovia era perigosa, mas você consegue um rendimento muito melhor em quilômetros. E lá vou eu para a rodovia!

A descida continuou até a cidade de Itanhandu. Era ainda 11h e eu já estava na cidade que a planilha falava em pousar. Acho que foi uma das cidades mais lindas que eu passei. Muita gente bonita, estudantes saindo das escolas e deixando a praça da cidade cheia parecendo um desfile de beleza. Em São Paulo vem gente de todas as partes do país e acaba realizando uma mistura regional. Outro fator decisivo para eu ter esta idéia comparativa é a qualidade de vida completamente diferente. Não ficam estressados com trânsito ou expostos a poluição.

Almocei em Itanhandu, acessei a internet para enviar notícias e continuei a viagem. Estava feliz por ter escolhido o caminho certo e já ter adiantado um pouco o percurso.

Para acessar a cidade de Caxambu, disseram que existe uma serra muito complicada e que o melhor caminho era ir para São Lourenço. Definido meu destino naquele dia estava novamente na rodovia. Passei por um trevo em que poderia seguir direto para Caxambu e segui destino para São Lourenço. O que não estava nos meus planos foi o aumento significativo de veículos, caminhões e carretas que na maioria das vezes passava a uns 70km/h em uma rodovia que na verdade foi caminho percorrido pelos tropeiros com o ouro vindo do interior das Minas Gerais no lombo de mulas para o litoral. Imagina então um caminho dessa natureza em uma região de serra. Pedalava de olho no espelho retrovisor com os pulmões a todo vapor na tentativa de sair logo daquele lugar. Era tão estreita esta rodovia que em algumas curvas eu reparei que o barranco apresentava arranhões. Se dois veículos de grande porte se encontrassem em um local de curva, é necessário raspar as encostas para conseguir passar. Acostamento então era um buraco cheio de mato sempre com este desnível e na necessidade de uma saída com a bike para este caminho representaria acidente na certa. Foi em um dado momento que uma fila de carretas se aproximava atrás de mim em uma descida que por mais que eu pedalava tentando ganhar velocidade elas eram mais rápidos e em uma reta visualizei que frente a vinha mais veículos. Pensei em parar e esperar diminuir o fluxo só que simplesmente não havia lugar para ficar esperando a passagem. Neste momento, com o pensamento a mil a primeira e segunda carreta me ultrapassou com aproximadamente 1,5m de distância da bike antes da chegada dos outros veículos que vinham no sentido oposto. A terceira carreta eu apenas escutei o seu sistema de frenagem quando o caminhão que vinha no sentido contrario passava ao nosso lado. Diminui a velocidade quase parando e na impossibilidade da bicicleta ser ultrapassada com os veículos no fluxo contrário, a carreta também parou atrás de mim e eu ja me preparava para receber ofensas do condutor que, simplesmente, fez saudação com buzina e um aceno de mão. Estou acostumado com o trânsito de São Paulo que não é tão amistoso. Não imaginei que seria tão perigoso este percurso e jurei que se um dia voltasse a pedalar por estas cidades correria o risco de dormir na estrada de terra e me perder para não passar por isto novamente.

Ás 16h chego na cidade de São Lourenço. Fico em uma pousada a R$20,00 com café da manhã. Um dos donos, formado em turismo me mostra um mapa e me tranqüiliza informando que o pior percurso de rodovia eu deixei para trás.

7 comentários:

  1. Caro irmão,

    Você não possui apenas pernas mas rodas que, de redondas tal qual o mundo, lhe servem de comunhão com o mesmo.

    Deixo sinceros votos de sucesso (e juízo) pra que volte logo com muitas histórias no alforge.

    Deixo a você e aos ilustres visitantes o mapa do percurso de hoje a tarde:

    Percurso do Cupertino - tarde de 27 de Abril de 2009

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  2. Oi Cuper... Adorei as fotos na estrada. Dá vontade de ir também :)
    Beijo.

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  3. Muito legal as fotos cupertino.
    estamos torcendo pra que dê tudo
    certo nessa tua ciclovagem.
    ao meu ver,você por ser um
    cicloturista,que pedala grandes
    distancias por muito tempo,você
    tem um pedal forte pra caramba,
    então cuidado pra não abusar e pedalar
    muito forte durante muito tempo
    e chagar "pregado" ao final da
    viagem,apenas uma observação,certo!?
    é isso aê rapaz,até mais.
    Éber!

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  4. Edmilson,acessa o youtube e digita emersonbdiniz,vai aparecer o filme que fiz qdo fui"estrada real o filme final",não desista, te desejo sucesso na sua jornada.

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  5. Vai meu brother, acreditamos em você!!
    Sucesso nessa sua cicloAventura.
    Um grande abraço.

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  6. que legal, começou mesmo! boa viagem. E que bonita a paisagem, gostei muito de ver as fotos e o mapa.

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  7. Meu nome e Wdson eu sou de Imperatriz MA estou querendo fazer um viajem de bicicleta já estou com a bike só me falta a coragem de dar a primeira pedalada. Obrigado

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QUEM SOU EU

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São Paulo, SP, Brazil
Monitor Ambiental, adepto do cicloturismo e empreendedor responsável pelos Passeios Ciclísticos Bike Ciclotur. “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.” Amyr Klink